sábado, 2 de outubro de 2010

Não há rotina que não possa ser quebrada

Era uma vez Maria Isabel da Silva. Dois filhos e marido. Morava num sobrado em São Gonçalo. Dezoito de agosto, fez o café, despediu-se do marido que saia para trabalhar, levou as crianças à escola, na volta trocou algumas palavras com a vizinha, soube que a filha da Vera está grávida, tirou todas as roupas do cesto, lavou-as, preparou carne com batatas para o jantar, assistiu a novela enquanto pintava as unhas, abriu a gaveta, pegou o revólver do marido, deu-se um tiro no céu da boca. Morreu numa ordinária tarde de terça-feira.

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