sábado, 2 de outubro de 2010

Sede

Eu preciso tanto que as-coisas-estejam-sempre-mudando, fico pensando se isso é uma tendência natural de todo ser humano ou se essa merda pode ser entendida, no meu caso em especial, como algum tipo de necessidade patológica. Creio mais na primeira opção, já que eu não posso me considerar exclusiva em porra nenhuma. O grande problema é que tudo muda sempre muito devagar, toda mudança violenta não passa de uma forma cretina de mostrar pra si mesmo, ou pros outros, o quanto não-entediante você pode parecer, tudo que vale a pena muda a passos sutís e quase imperceptíveis. Um dia, talvez, numa tarde de domingo, no meio de uma frase qualquer, você percebe que é, agora, algo nem próximo do que era antes. E quer saber? isso é uma merda! É um mecânismo cruel criado por Deus (ou sei lá o quê) pra torturar desfarçadamente o pobre ser racional. Sim, porque se há algo que não nasce conosco é a paciência, essa característica tão nobre e valiosa, a qual poucos têm o direito de desfrutar de seus privilégios. Somos todos sedentos de acontecimentos, todos nós precisamos de algo diferente o tempo todo, o que basta hoje provavelmente não será suficiente amanhã. Talvez, seja exatamente isso que nos faça continuar, que nos faça pensar em suicídio como algo covarde e imcompreensível. Nós amamos a vida porque é uma eterna oportunidade de que coisas aconteçam. Então continuamos, nessa busca doentia por algo que, de alguma forma, nos complete, sem saber que esse algo não existe porque sempre haverá outros algos-faltantes. E quer saber? Isso é bonito!

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